Saussure - o pai da linguística moderna - disse que uma das características dos signos linguísticos é a arbitrariedade. Com isso ele queria dizer que atribuição de significante ao significado não é motivada, mas é fruto de uma convenção entre os falantes. Um dado grupo decide que isso vai chamar assim e boa. Grossíssimo modo: não tem nada na coisa que motive o nome dela. Bom, portanto, não é por conta de uma característica, digamos, fisiológica, que o planeta chama planeta (e não redondeta...).
Eu, obviamente, não vou discutir os argumentos terraplanistas, só queria mesmo REFUTAR esse “argumento” (além de usar as aspas vou dizer: aspas) de natureza linguageira. Ela não é plana PORQUE se chama PLANETA, justamente por conta da arbitrariedade dos signos linguísticos. Não há uma relação de causação aí, como não há em nenhum signo linguístico.
Já que falamos disso, vale dizer: isso se aplica há várias coisas. Por exemplo, não é porque tem social no nome que de fato tenha uma agenda social, ou ainda, socialista. A União Europeia, por exemplo, talvez não seja assim tão unida... É isso.